quarta-feira, outubro 19, 2011

Dicas práticas para músicos de Ministério de Louvor - parte 7 - Prática de Conjunto



Estamos chegando ao final desta série de 7 artigos sobre temas que dizem respeito aos músicos e ministérios de louvor em geral. Neste artigo falaremos sobre Prática de Conjunto. 

Para quem não sabe do que se trata, Prática de Conjunto diz respeito aos aspectos de tocar música em grupo, algo que é muito comum nas igrejas. Para haver uma melhora na prática de conjunto de qualquer grupo musical é preciso verificar a aplicação das seguintes dicas: 

Dica 1: Toque seu instrumento ouvindo também os outros instrumentos: 

É muito comum aos músicos, principalmente àqueles que estão começando, pedir que no seu retorno tenha somente o seu instrumento. Isto não é recomendável porque quando você não ouve o outro músico que está tocando contigo, pode acontecer de você tocar em andamento mais rápido ou lento que os demais pelo fato de não ouvir o próximo. 

Já vi acontecer em uma gravação em estúdio um caso onde uma banda que tocava há anos foi gravar e somente no estúdio foi "descoberto" que em alguns momentos o violonista tocava acordes diferentes do tecladista. É imprescindível se ouvir e também ouvir os outros instrumentos da banda, afinal de contas quando se toca em grupo o fundamental é ter um som coeso e com uniformidade, demonstrando um mínimo de entrosamento. 

Durante os anos tenho aprendido a ouvir os músicos com quem eu toco junto. Muitos arranjos espontâneos, convenções e novas harmonias foram gerados a partir do momento em que ouvi o músico que estava tocando comigo na mesma banda. 

Dica 2: Toque seu instrumento olhando para os outros músicos: 

Talvez aqui esteja um dos principais defeitos em todos nós que fazemos música na igreja. A grande maioria dos músicos que toca na igreja, olha somente para o seu instrumento, ou para a partitura, ou toca de olhos fechados. Há momentos de tocar de olhos fechados, mas há momentos de tocar olhando para os outros músicos. 

Uma das maiores alegrias para um músico é poder dividir sua música com outros músicos. A partir do momento que você olha para os outros músicos do grupo, você interage e entra em conexão com os outros integrantes. Esta dica é também valiosa para os cantores e ministros de louvor na casa de Deus. Já toquei com vários ministros reconhecidos no Brasil e fora e muitas vezes a comunicação se dava pelo olhar. 
Todo ministro de louvor deve saber se comunicar com os músicos através do olhar. Tente exercitar isto nos ensaios. 

Dica 3: Saiba o papel de cada instrumento na música 

Muitos músicos tocam com um único critério: O seu próprio gosto musical. Mas isto não pode ultrapassar as características de cada canção. Todo instrumento musical tem o seu papel específico na música. Os instrumentos harmônicos (piano, teclado, guitarra, violão) dão a base harmônica (acordes) podendo fazer solos também. Os instrumentos rítmicos (bateria, percussão) sustentam a base rítmica e formam a chamada "cozinha" com o piano e o contrabaixo. 

Aliás o contrabaixo toca prioritariamente junto com o bumbo da bateria, podendo fazer escalas e ornamentos para enriquecer a música. Mas o papel do contrabaixo não é "solar" a música na maior parte. Infelizmente alguns baixistas acham que estão tocando guitarra, só fazem ornamentos com a melodia e esquecem o seu papel principal: Tocar junto com o bumbo. O papel de cada instrumento tem que ser dividido para nao "embolar" o som. 

Por exemplo, quando existe um baixista tocando, o pianista não deve ficar na região grave para não chocar com o baixo. O pianista deve tocar na região médio/aguda do seu instrumento. 

Outro exemplo: Quantos de vocês já viram a seguinte cena: Um fundo musical sendo feito com o guitarrista, tecladista e baixista tocam juntos a melodia da musica. Se um está fazendo a melodia, os outros devem fazer o acompanhamento e tocar em outra região do seu instrumento. 

Espero que através desses 7 artigos, que em breve vão ser publicados em um livro, eu possa ter contribuído para um pensamento crítico sobre o nosso papel como músicos na casa de Deus. A música deve ser feita com excelência pois servimos o Deus sobremodo excelente. 

A qualidade musical não se opõe à unção e graça de Deus, muito pelo contrário, quanto mais você se dedica e estuda para dar a Deus o seu melhor, Ele derrama sobre você mais do Seu entendimento, sabedoria e poder. 

Lembre-se da parábola dos Talentos. Deus é quem dá os talentos, a nossa parte é desenvolver esses talentos e multipicá-los pois um dia iremos prestar contas com Ele. 

O que você tem feito com o talento que Deus te deu? 

Sl. 33:3 “Cantai-lhe um cântico novo, tocai com arte e júbilo.” 

Fonte: Supergospel



Leia os outros artigos:




Todos os artigos desta Serie foram escritos por : Anderson Braga para o Super Gospel



 

Anderson Braga é cristão, membro da Sara Nossa Terra da Barra da Tijuca - RJ. Anderson é um pianista carioca que trabalha há 10 anos como tecladista de bandas gospel.

Entre os cantores que Anderson ja tocou estão Ludmila Ferber, Chris Duran, Unção de Deus, Trazendo a Arca e Davi Sacer. Anderson foi aceito para estudar na Berklee College of Music em Boston nos EUA onde morou por 6 meses.

Atualmente ele toca com Luiz Arcanjo e Maressa Kowalski, além de estar se formando em Licenciatura em Musica na UFRJ.

sábado, outubro 08, 2011

Dicas práticas para músicos de Ministério de Louvor - parte 6 - Repertório





Estamos dando prosseguimento a esta série de 7 artigos sobre temas que dizem respeito aos músicos e ministérios de louvor em geral. 

Neste artigo falaremos sobre Repertório. 

Um dos aspectos mais importantes na música é o repertório. Tanto nos eventos ao vivo, como em gravação, uma grande parte dos músicos e cantores não se preocupam muito com esse quesito. É muito comum ver excelentes cantores que são rotulados negativamente pois não sabem escolher um bom repertório para cantar, nem sabem definir qual estilo musical eles representam. 

Muitos músicos também não sabem que repertório utilizar quando tocam em outros eventos, como casamentos e aniversários por exemplo. Além disto ainda há a questão do músico que escolhe uma canção para tocar baseado na existência de espaço para solar e "aparecer" mais. 

Pensando nestas questões e na deficiência da escolha de repertório que infelizmente tem se tornado comum entre os músicos em geral gostaria de expor 5 dicas para um melhor aproveitamento do repertório na nossa vida musical. 

1 - Identidade musical 

Muitos ministros de louvor tem suas referências musicais em outros ministros que são muito conhecidos no Brasil. Isto é salutar, mas existe um limite entre ter uma referência musical e copiar totalmente quem você admira. Por exemplo, nas igrejas brasileiras, vemos muitos ministros de louvor com a voz, jeito, roupa e as vezes até semelhantes fisicamente com cantores já consagrados no gospel. 

Voce pode ter referências e se inspirar em outras pessoas sim, mas tente aliar à referência sua identidade musical. Não tente copiar 100% seu cantor preferido, antes tente pegar o que ele tem de melhor e adicionar ao seu estilo próprio, sua vivência, e sua personalidade. 

A cena musical nas igrejas e no mercado fonográfico anseia por pessoas criativas e com identidade própria. Ninguém no mundo inteiro é capaz de tocar ou cantar como você, pois sua identidade é única. 

2 - Mensagem 

Este ponto é muito importante e por vezes passa despercebido. Qual a mensagem que a sua música passa para o ouvinte? No nosso caso, que tocamos música cristã, seja na igreja ou em shows e eventos fora da igreja, precisamos estar cientes de que o que diferencia a música cristã da secular além da unção, é a mensagem que a letra transmite. 

A letra precisa ter papel preponderante nos ministérios de louvor nas igrejas. É muito comum ver bateristas que preferem tocar uma determinada música pois tem uma introdução só com bateria, ou ver guitarristas escolhendo repertório de acordo com a existência de solos de guitarra no início, meio e fim da música. 

Definitivamente esse pensamento não pode nem passar perto de nós músicos. O mais importante na música cristã, também chamada de gospel, é a mensagem que ela transmite. 

3 - Estilo musical 

Falamos sobre estilo musical no terceiro artigo desta série, mas sempre é bom mencionar este tema. O primeiro passo para um cantor selecionar repertório é saber qual é o seu estilo musical, e qual é o estilo musical da igreja em que ele ministra. 

Por exemplo, no Sul do Brasil, além das músicas tradicionais gauchescas, temos uma boa parte dos jovens que adoram reaggae. Será que não seria interessante tocar algumas canções em reaggae? Outras perguntas interessantes para refletir: 

Será que todas as igrejas no Brasil só tem pessoas que gostam de ouvir pop rock? 

Porque a grande maioria dos grupos de louvor e adoração utilizam maioritariamente o pop rock? 

No Brasil só tem espaço para esse estilo de música? 

4 - Tendências gospel no Brasil e no mundo 

Já se foi a época em que rimar as palavras "Amor e Senhor" era novidade na música gospel. Hoje em dia temos vistos trabalhos de muita qualidade musical e que têm letras que fogem dos clichês e jargões do mundo gospel. Ouça trabalhos como os da Daniela Araujo, Leonardo Gonçalves, Maressa Kowalski, Stenio Marcius, Thalles, entre outros. 

É preciso pesquisar e estar atento às novidades no meio gospel no Brasil e no mundo. A pesquisa por novas tendências na música ultrapassa os quesitos musicais, mas também passa pela pesquisa da vida e acontecimentos com os artistas em geral. 

Um exemplo: Você sabia que a Brooke Fraser, cantora e compositora do Hillsong que já compôs músicas como "Hosana", tem uma carreira paralela na música secular? 

Outro exemplo: Você sabia que é comum fora do Brasil algumas bandas pararem um tempo de fazer turnês e desenvolveram projetos paralelos? Exemplo disto é o Delirious? 

A busca pelo novo nos liberta de sermos "mais um no meio da multidão". Tente se antecipar à chegada de novas tendências musicais para não ficar refém de estilos musicais ultrapassados. 

5 - Apreciação musical 
Nenhuma das dicas anteriores dá resultado se não houver apreciação musical. Podemos definir apreciação musical como escuta acurada de um material sonoro que propõe um pensamento crítico sobre forma, estética, conceitos musicais e suas aplicações. 

Ou seja, a apreciação é quando o ouvinte escuta canção atentando para os todos os detalhes, como letra e música, e a partir dai pensa criticamente sobre a importância ou não dos mesmos na igreja. 

Por exemplo: A influência musical que pop rock congregacional exerce nas igrejas brasileiras tem o mesmo peso que outros estilos como os de Kirk Franklin, Fred Hammond e Israel Houghton? 

Será que as composições dos referidos cantores não poderiam ser mais utilizados nos ministérios de louvor? 

Espero ter contribuído para o pensamento crítico do papel do repertório na vida de todo cantor, músico, dirigente de louvor, e ministro de música que lida com a arte na casa de Deus. 

Se estamos fazendo música para Deus não podemos fazer nada menos que o melhor. 

Sl. 33:3 “Cantai-lhe um cântico novo, tocai com arte e júbilo.” 

Fonte: Supergospel

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...